segunda-feira, 21 de julho de 2008

Software Livre - GNU x LPG e o Governo x Economia

Introdução
Dando continuidade ao primeiro artigo da série (Software Livre - GNU x LPG e o Governo x Economia), vou falar nesta segunda parte sobre o papel do Software Livre dentro da nossa economia, este também foi um dos assuntos da palestra de Licenciamento de Software Livre no Brasil, ministrada pelo advogado Pablo de Camargo Cerdeira.

Economia

Primeiro vamos entender o que vem a ser esta economia. No meu caso, nunca dei muita importância para ela, passei a dar quando a balança comercial e o conflito no Paquistão por causa dos atentados de 11 de Setembro fizeram o dólar ir lá para as alturas. Quem compra mercadorias em dólar, "como deve ser o caso de muitos da comunidade Viva o Linux, pois o preço de nossos equipamentos são diretamente ligados à ele" deve ter ficado louco, pois o dólar estava antes deste evento por volta dos R$ 2,20 à R$ 2,40, e após, passou a casa dos R$ 4,00.

Basicamente, a economia é controlada pela quantidade de dinheiro que entra no país "Exportação de Produtos" e a quantidade de dinheiro que sai do país "Importação dos Produtos". Com isso o governo controla seu caixa, sabendo quanto tem dentro do país para a movimentação financeira, o que seria o dinheiro na mão do povo para fazer suas compras.

A posição do Software na Economia

O mercado de Softwares está diretamente ligado à economia, pois o líder do mercado mundial em software, a Microsoft, é uma empresa estrangeira, isto quer dizer que, para cada máquina rodando Windows no Brasil, lá se foi um contrapeso nesta balança comercial contra o nosso mercado interno e isto acontece com a maioria dos softwares proprietários, que em grosso modo são estrangeiros.

Para você ter uma idéia, uma das estatísticas apresentadas neste evento demonstrava que a Balança de Software está num patamar de 50 pra 1, isto é, para cada 50 que entram no país, apenas 1 saí. Observe que não estou falando do aspecto financeiro, apenas do produto em si, pois se você for levar isso em cifras, a proporção é ainda mais desanimadora.

O grande passo do Governo

Pensando na utilização de softwares livres, este quadro toma um rumo totalmente diferente, pois as divisas ou royalties que antes eram transferidos para fora do país, passam agora a circular no mercado brasileiro e conseqüentemente, geram mais empregos.

Por exemplo:

Digamos que a prefeitura de uma grande capital, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e etc vá fazer uma reestruturação em seus sistemas, atualizando assim seus equipamentos e conseqüentemente os softwares. Eles não precisaram pagar a enorme quantia para adquirir as licenças destes OS e ao contratarem uma equipe ou tendo a sua própria equipe de desenvolvimento, elas estarão gerando emprego, fazendo com que tenha mais dinheiro no bolso do trabalhador e por conseqüência, mais dinheiro circulando no mercado.

A grande vantagem disto tudo é que outras prefeituras com menor poder aquisitivo podem se beneficiar deste software, pois ele é gratuito e o mais importante, também irá gerar empregos, pois precisará de pessoas que possam trabalhar neste software para adaptá-lo às necessidades que esta prefeitura habitualmente enfrenta.

E o lado da Educação

Com o estímulo do governo à exclusão digital, o software livre é ainda mais importante, pois os recursos, "todos nós sabemos que para determinados setores como educação, saúde e segurança, os cofres do governo estão sempre vazios, mas para os salários deles não!!!", são poucos e desta forma, pensar em aquisição de salas de aula que dependessem de SO licenciados, assim como softwares privados, tornariam a causa "exclusão digital", praticamente inviável.

Com o software livre, os poucos recursos que seriam destinados a licenciamentos podem ser reinvestidos para aquisição de novos equipamentos, dando assim uma maior amplitude à causa "exclusão digital". Com isso, temos ainda a chance de aumentar ainda mais a comunidade de usuários de software livre, nós estaremos formando uma nova concepção de usuário não dependente da era Microsoft, com livre pensamento e poder de decisão sobre o que é e será o melhor para seu uso.

Ufa, acho que me empolguei né, hehehehe!!!

O importante nisso tudo que eu escrevi é que quero deixar bem claro, pois muitos estão pensando que está onda de softwares livre pode acabar com o mercado de desenvolvimento, pois todos teriam acesso a softwares gratuitos e assim, não precisariam de um programador ou analista para desenvolver um novo produto. É aí que estão errados!!!

Acho que o legal disto tudo é que desta maneira você preserva a continuidade do serviço e a necessidade de profissionais qualificados para desempenhar estas atividades, pois mesmo que uma empresa de desenvolvimento ou um grupo de desenvolvedores desistam de dar continuidade a um determinado software, aqueles que estão utilizando hoje este produto não precisam se preocupar diretamente com a empresa, bastando apenas ter profissionais qualificados para continuar adaptando e melhorando o produto.

Isto é algo que não ocorre com produtos proprietários. Por exemplo, em 1996 quando todo mundo queria a novidade que era o Windows 95 e muitas empresas investiram pesado para adaptar suas instalações para esta plataforma, a Microsoft não deu nenhuma garantia que iria dar continuidade a este sistema e realmente não deu, pois os usuários que queriam se atualizar tinham de migrar para o Windows 98 e assim por diante. Hoje ainda acontece a mesma coisa, quem comprou o Windows XP, ano passado, este ano já está na mão por causa do XP 2003.

Vou citar um exemplo:

Trabalho em uma instituição que em 2001/2002 montou um laboratório completo para aulas de informática. Por tendências ainda do mercado, todas as máquinas tinham SO Win98 e Office 2000. No início deste ano o laboratório foi ampliado, mas como a maioria das pessoas e empresas possuem o Office 2000, a instituição quis comprar novas licenças deste produto para manter o padrão. O que a Microsoft disse: "Não vendemos mais licenças deste produto, o senhor pode comprar a licença do Office XP, bla bla bla".

Quer dizer, ela simplesmente tira do mercado, "sem ter que dar explicações algumas, pois ela é a detentora dos direitos e faz com ele o que quiser", e te empurra um produto novo e quem é dependente, acaba tendo que aceitar.

Conclusão

O software livre está aí para melhorar a vida e as ações da comunidade, tanto na parte intelectual quanto na parte prática. Por isso, não há o que temer e sim, comemorar, pois o mercado está de portas abertas.

Jefferson Estanislau da Silva
Analista de Sistemas

Dez Coisas que você não sabia sobre Open-Source

Um dos principais defensores do mundo do movimento de software open-source, Brian Behlendorf falou na Digital Freedon Expo na Universidade Western Cape nesta Quinta-feira, descrevendo as “Dez coisas que você pode não saber sobre o open-source”.

O Behlendorf foi um desenvolvedor chave do servidor de Web Apache, sobre o qual mais da metade dos sites web do mundo rodam.

Aqui estão as dez coisas que você pode não ter um bom conhecimento sobre o software open-source.

1. O open-source antecede o software proprietário

A visão comum é que o open-source é algum tipo de idéia nova radical, mas de fato, embora não expressamente chamada de open-source, o código fonte do primeiro software de computador esteve aberto à observação e modificações. Nos primeiros dias da computação, quando os computadores centrais eram entregues em caminhões, as companhias forneciam o software e de fato era esperados que fossem modificados. Este modelo foi à regra e foi só em 1976 quando Bill Gates postou a famosa carta no Clube Computacional Homebrew que exigia que as pessoas deixassem de compartilhar o seu Altair BASIC que a idéia do software proprietário começou a emergir. A Fundação Software Livre foi começada em 1985 em resposta ao que foi visto como a nova idéia do software que se conservava com código secreto.

2. Apache manteve a web solida e Livre

O apache foi lançado em 1995, no tempo o Netscape era o Navegador da Web dominante e houve um medo que se a mesma companhia podesse possuir o mercado de navegadores e o mercado de servidor assim eles teriam um controle muito grande e poderia cobrar das companhias um imposto nos moldes da hospedagem de web. O lançamento do apache foi feito com um duplo objetivo. Houve aspecto pragmático de esforços que se combinam do melhor desenvolvimento e houve aspecto idealista de guardar HTTP (protocolo de transferência de Hipertexto) como um padrão aberto.
3. Open SSL manteve a criptografia disponível para todo mundo

Open SSL é uma biblioteca de rotinas matemáticas usadas para a encriptação de dados que Behlendorf acredita é o melhor grande exemplo “da segurança pela transparência”. No tempo os militares dos Estados Unidos estavam muito preocupados com os perigos a que a encriptação de dados poderia servir e o governo classificou que a encriptação maior do que 40 bits como “munição”, fazendo ilegal exportar qualquer software com a encriptação maior que 40 bits (Isto é um nível de encriptação muito inseguro e facilmente quebrado, os padrões de segurança atuais estão em torno de 128 bits). Open SSL, que foi capaz de prover a encriptação em uma plataforma open-source fez esta lei discutível. Como o código que foi responsável pela encriptação pode ser visto, podem confiar-lhe. Incidentemente, esta lei de encriptação ainda existe nos Estados Unidos, mas ele não se aplica ao software open-source.
4. Open-source ajudou a liberar o genoma humana

Antes que o mapeamento do genoma humano tivesse sido concluído, um consórcio comercial, Celera, estava seqüenciado o genoma com a intenção de patenteá-lo. Esta idéia irracional de patentear uma descoberta e não uma invenção começou a deixar muitos geneticistas preocupados. Aproximadamente em 2002 um estudante do doutorado, Jim Kent, escreveu 10000 linhas do código em Perl que fizessem um programa que pudesse executar o número reduzido de dados brtuos que foram necessários na seqüência do genoma. Este programa então foi rodado em mais de 100 servidores Linux e o genoma inteiro foi seqüenciados com sucesso alguns meses antes da Celera ter terminado.
5. Microsoft ama o open-source

Tão estranho que possa parecer, Behlendorf explicou que Microsoft tem beneficios do desenvolvimento open-source e também incluiu o software, que embora não “etiquetado como open-source”, tenha o codigo fonte abertamente disponivel. O primeiro uso do TCP/IP no Windows foi um port do código da Berkley. Ele citou o trabalho que a Microsoft fazia com os programas de fonte abertos como MySQL, SugarCRM e JBoss. Codeshare, Channel 9 e outros web sites também foram citados como sinais positivos que o gigante proprietário é aberto além disso, como Behlendorf exprimiu, “dragged kicking and screaming into the future”.
6. O altruísmo não é a única razão por que as pessoas contribuem para software open-source

Muitos contribuidores usam o software profissionalmente e se encontram realizando coisas como correções de falhas e adicionar novas características é muito mais fácil colaborando dentro de um grupo. Segundo uma pesquisa feita em 2006, à base existente de FLOSS representa 131.000 anos reais de esforços de uma pessoa desenvolvendo. Os custos do compartilhamento de código são baixos enquanto os benefícios são altos.
7. As comunidades online podem de fato fazer coisas

Enquanto a colaboração internacional entre vários contribuidores voluntários é de natureza propensa à desordem caótica, há uma nova espécie de gerência de software que está emergindo que maximiza o número de voluntários e o seu potencial para fazer uma diferença. Como há transparência, alguém pode ver o que foi feito no projeto, fazendo-o fácil participar no projeto e tornar-se até a velocidade.
8. O mais importante da liberdade : O direito ao Fork

Alguém pode criar a sua própria versão de uma parte existente do software open-source. Isto é importante na prevenção de uma fechadura do vendedor. Este aspecto de OSS é o cheque essencial no poder do líder de desenvolvimento como eles devem estar bastante abertos às necessidades e querem que a equipe deles não levem as pessoas a um outro projeto.
9. O open-source ainda pode modificar o mundo

Behlendorf acredita fortemente no poder do open-source para fazer o mundo um lugar melhor, citando muitos exemplos. Dentro do governo, ele acredita que o software open-source pode ajudar imensamente na contagem de votos de uma eleição de um modo digno de confiança e também com a transparência de ações de governo e política. Para países como a China onde é restringido o acesso a Internet, a open-source já foi próspera na ajuda de pessoas dentro desses países a conseguir o maior acesso superando a censura exercida neles. O terceiro mundo que pode se beneficiar muito por iniciativas como o Projeto Um Computador Portátil por Criança (OLPC) que roda inteiramente sobre software open-source com o objetivo duplo da criação e produção dele mais barato e para que à suite possa ser modificadas as necessidades específicas de cada país. Luta de gerência de direitos digital foi outro exemplo dado.
10. O open-source precisa da sua ajuda (seja quem for que você seja)

Cada pessoa que queira ajudar não precisa ser programador para ser capaz dar suporte em projetos open-source. Pode começar a ajudar somente testando. Os programas recomendados que podem ser rodados um sistema Windows incluem a suite de escritório OpenOffice e o Navegador de Web Firefox. Há um número de distribuições do Linux com CD “Lives” que pode ser testado sem modificar o seu CD, como Ubuntu. O desenvolvimento open-source acontece por fóruns e a participação em um fórum pode ajudar. Se você encontrar uma falha em uma aplicação open-source, informando que também pode ser útil aos desenvolvedores. Outro caminho de não-programadores bilíngües para ajudar na tradução do texto do programa.

WEB 3.0

Especialistas afirmam que estamos entrando em uma nova era da Internet, alguns a chamam de web 3.0, Era da DR (Digital Reputation) e assim por diante. O importante é entendermos os diversos temas discutidos, que referenciam algumas ferramentas e links interessantes para nosso dia-a-dia. A mensagem deixada por representantes de grande parte de nossos Comunicadores ( Canais de comunicação, operadoras de telefonia, agências e prestadoras de serviço de comunicação em geral), é de uma nova Internet, onde o que importa é a forma como as pessoas se relacionam, o estudo do comportamento e seu meio de vida. Hoje não encontramos mais previsões do que se tornará a Internet, e sim dados comprovados da grande expansão da mesma. Tais dados deixaram alguns desafios para as empresas, dentre eles, como controlar sua governança, de modo a comportar profissionais cada vez mais informados, detentores de um poder capaz de desestruturar ou impulsionar completamente uma organização.

As empresas buscam cada vez mais INOVAÇÃO. E sabendo que o recurso com maior capacidade para expor novas idéias, encontra-se entre a mão de obra JOVEM (não mais entendido no mundo publicitário como faixa etária, mas como estado de espírito), as corporações encontram alguns obstáculos, desde como segurar seus colaboradores, devido a grande quantidade de ofertas de trabalho para profissionais qualificados, e a facilidade em se adquirir informação, até como atualizar seus métodos e processos usando a Internet como aliada para o crescimento, e não mais como um problema para a empresa. A escolha dos profissionais por qualidade de vida e maior liberdade de criação, passou a ser fator primordial em sua carreira. Assim, os mesmos não aceitam serem restringidos, e buscam cada vez mais formas de manter seu relacionamento com outras pessoas.

Resumidamente, ficou a seguinte dúvida: Bloquear o acesso dessas ferramentas de relacionamento, e esperar que encontrem uma nova que faça o mesmo, ou que até criem suas próprias ferramentas? Ou buscar alternativas que tragam essas mentes pensantes e cheias de informação para o lado de TI como aliados?

Na verdade o movimento da Web 3.0 pode consolidar como principais características:

* Transparência;
* Autenticidade;
* Navegabilidade;
* Velocidade da Informação
* Inovação;

Estão em evidência alguns estudos e metodologias, como:

* Behaviour Targeting (Segmentação Comportamental);
* Reputação Digital;
* Identidade Digital;
* Infotopia (Como as mentes produzem conhecimento);
* Web Semântica;
* Web em celulares;
* Marketing de influência social;
* Web Mobile;

Não podemos deixar de citar o Enterprise 2.0, trata-se do termo usado para tecnologias e práticas de negócio que liberam as equipes das limitações das ferramentas de produção e comunicação legadas, provendo acesso à informação certa na hora certa através de redes de aplicações, serviços e dispositivos A Web 2.0 nas empresas interconectados. Enterprise 2.0 é o uso das emergentes plataformas de software social dentro das companhias, ou entre companhias e seus parceiros ou clientes.

Desta imensa variedade de ferramentas e links, que podem ser úteis, pessoalmente e profissionalmente, são citadas: Wikis, Blogs, Mashups, Social Tagging, RSS, Social BookMarking, Social NetWorking.

Com o surgimento crescente destas ferramentas, algumas conseqüências são inevitáveis:

* Instabilidade crescente;
* Fragmentação das Mídias;
* Consumidor no controle das marcas;
* Erosão da confiança nas instituições;
* Necessidade de encontrar novas maneiras de medir produtividade;

Vale lembrar que a tecnologia avançada juntamente com WEB, possibilitando assim, o acesso à Internet cada vez mais rápido, de localidades cada vez maiores, e dos mais diversos equipamentos. Podemos citar como o maior exemplo de tecnologia empregada para o uso de Internet atual, os CELULARES e SMARTPHONES, os mesmos representam a grande virada, onde a informação tende a chegar com maior rapidez a seu destino. Não é a toa que as operadoras estão investindo tanto em Internet mobile.

Diversas ferramentas de web 2.0 já interagem com alguns celulares, como o MSN por exemplo, que já vem instalado em alguns aparelhos.

Conclusão:

Estima-se que com o uso adequado das novas interfaces e aplicações web, as corporações tenham maior chance de permanecer no mercado. É uma tarefa difícil e arriscada, mas que se torne cada vez mais inadiável. As gerações estão mudando, e assim como acontece desde que o mundo é mundo, não serão os mais fortes que irão sobreviver, e sim os que melhor se adaptarem as MUDANÇAS.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

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